BEM VINDO! WELCOME! BIENVENUE! BIENVENIDA

NÃO ESQUEÇA DE POSTAR SEU COMENTÁRIO. GRATA.

sábado, 8 de junho de 2013

Um Rio de desserviços

Desde  muito que venho percebendo o quanto minha cidade está  "pelas tabelas".
Quando algum tempo atrás meu filho comentou enraivecido: ".... mãe!  tudo aqui é meia boca, no jeitinho, nada funciona direito, sinal de transito, atendimento...." e eu acatei, percebi que estava começando a me desiludir com a minha cidade dita Maravilhosa.

Realmente cada dia mais sou forçada a concordar e pensei em escrever sobre o assunto.
Mas o artigo abaixo,  muito bem escrito por sinal, não deixa mais dúvida. Minha cidade esta perdendo seu status. Infelizmente é verdade.

Já alguns anos atrás, quando acabei o curso de turismo, comecei a ficar decepcionada com essa parte em particular e por conta disto também,  joguei meu diploma dentro do armário e comecei a trabalhar por conta própria.

Todos só pensam em ganhar muito - lógico que sei que precisamos do dinheiro mas  ninguém se preocupa com a cidade, seus habitantes e visitantes.

Uma das últimas novidades, para quem ainda acha que estou exagerando, é a confusão com a compra dos ingressos ir ao  Corcovado.  Como pode alguém que recebe um salário para pensar e fazer uma coisa funcional consiga tornar tudo tao absurdo e dificultoso.
Só digo uma coisa:

"Se eu estivesse construindo uma família ou mesmo que já tivesse uma mas com filhos pequenos, pegaria minhas coisas, venderia tudo e iria para a Europa.
Não para o EEUU que não acho em nada interessante - mas sei que funciona também - mas é uma questão de gosto."
Se eu pudesse e "meu dindin desse" eu pegava minha mochila e partia (como dizem os modernos).

Deixo o artigo para apreciação de vocês.

"Um Rio de serviços ruins
Gilberto Scofield Jr. gils@oglobo.com.br,
Voltei ao Rio em janeiro depois de nove anos entre as cidades de Pequim, Washington D.C. e São Paulo nesta última morei três anos e o tal do distanciamento crítico impôs uma pergunta que me faço todos os dias, desde que botei os pés aqui: por que diabos os serviços são tão ruins no Rio?

O Globo

Panorama Carioca

Gilberto Scofield Jr. gils@oglobo.com.br

É certo que a qualidade dos serviços nunca foi exatamente uma maravilha. Mas, diante dos preços cobrados aos cariocas hoje, esta deficiência se transformou num deboche e numa irritação. Os serviços no Rio são caríssimos e inexplicavelmente ordinários.

Restaurantes cujos garçons não conseguem descrever um prato, bares onde é preciso ser Denise Stoklos para se fazer notar, casas de show incapazes de começar um espetáculo na hora, táxis com motoristas que perguntam antes para onde vai o cliente, balcões de informações com gente que não sabe nada, ônibus que são máquinas de matar, caixas de banco pouco solícitos, caixas de supermercado que jogam suas compras, vendedores de lojas que discriminam, hospitais com técnicos em enfermagem rabugentos.

No Rio, tudo parece tocado pela incompetência ou pela falta de qualidade. Ou os dois juntos. Dia desses, peguei um táxi com o motorista ouvindo um programa religioso. Aos berros. Peço gentilmente ao sujeito que abaixe um pouco o som. E ele: Mais um sem Jesus no coração. E eu : Ele não está no meu coração porque está preso no meu tímpano. O senhor pode baixar o som, por favor?. Ele abaixou uma coisa ínfima e foi resmungando até chegar ao destino.

No Jobi, o garçom pede uma cadeira vazia na mesa ao lado, ocupada por uma solitária mulher. A ocupante disse que esperava uma amiga, que já estava chegando, mas o garçom garantiu que não tinha problemas, que ele arrumaria outra cadeira. Quando a amiga chegou, a mulher chamou o garçom, mas ele disse que não podia fazer nada. Diante de reclamações indignadas, o garçom apontou a fila na porta: Se você quiser ir embora, não tem problema. Tem um monte de gente querendo entrar.

Um amigo vem sofrendo para agendar a entrega de uma estante nova e o conserto da TV a cabo porque as empresas marcam o dia, mas não se comprometem com horário, como se o sujeito tivesse um dia inteiro à disposição.

E há a falta de gentileza. Há coisa de duas semanas, fui à Chocolates Katz do Rio Sul, de que gosto muito, e enquanto bebericava um expresso (R$ 3,80) pedi para provar um cubinho de chocolate extra amargo. Uma delícia. Pedi cem gramas, um potinho de biscoito wafer coberto e a conta. E a atendente: Vou cobrar seis gramas para incluir o chocolate que o senhor comeu. Como assim? A prova? Mas se não fosse ela eu não gastaria R$ 35,34 em chocolate!

Um amigo foi ao Cafeína e precisou usar o laptop. Descobriu que a bateria estava acabando e chamou a garçonete: Você teria uma tomada para eu ligar o meu computador? E a menina: Temos, mas o gerente diz que cliente não pode usar".

Há quem explique essa vagabundagem nos serviços apelando para a História. O Rio sempre padeceu de bons serviços para a população porque sempre foi uma cidade dividida desde a Colônia. Para a elite os senhores de engenho, a corte, os nobres, os governantes da capital, o topo do funcionalismo, os ricos , tudo. Para os outros, a resignação. Quem mandou não ser alguém? Quem mandou não ter conexões? Ou seja: se você frequenta o lugar, é um rei. Se não frequenta, que se vire.

Eu prefiro acreditar nos mais pragmáticos: falta investir em treinamento. O que parece é que uma economia turbinada pelo consumo e por programas de redistribuição de renda saiu contratando quem estivesse disponível para trabalhar. E essa mão de obra simplesmente não foi (não é) treinada adequadamente. Só isso explica um cidadão ir a uma região administrativa da prefeitura e ouvir ali que é mais fácil ligar para o 1746.

Uma terceira corrente vê passividade nos cariocas. Para essa gente, o carioca não reivindica e não reclama. Uma cidade cheia de belezas naturais parece ser o suficiente e desculpar todas as falhas. Desde que a cerveja esteja gelada, tudo bem que a mesa é bamba e a cadeira, de plástico.

Está mais do que na hora de mudar isso, não?





4 comentários:

  1. Oi, mãe... Realmente, os serviços e produtos aqui no Brasil deixam muito a desejar... É uma série de fatores que contribui para esta situação... Desde ausência de treinamento e má vontade dos funcionários, passando pela frouxidão e as penas e multas extremamente brandas aplicadas na empresas quando estas não cumprem o seu papel, e chegando à falta de concorrência nos serviços prestados, o que compromete a qualidade dos mesmos.

    Se pudesse, eu também tentaria a vida lá fora, em algum país onde clientes e cidadãos são tratados com mais respeito...

    Beijos do seu filho,

    David.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é meu filho, nao é só por conta disso tudo acima escrito por mim e voce, é também por que em alguns outros países o peso da educaçao - base de tudo para mim - é grande. Desde pequenino se aprende a ser cidadao, a respeitar as leis e dentre outras coisas, prepara-se o indivíduo para o futuro. Aqui, infelizmente, nao. Bjs e grata

      Excluir
  2. Ilma querida,

    Sobretudo por isso, eu costumo dizer que o Rio de Janeiro está longe de ser uma "cidade maravilhosa" ! Inegáveis as belezas naturais, mas não vivemos só delas, não é ? Os moradores e visitantes padecem realmente da péssima qualidade dos serviços prestados em todos os setores. Concordo que a inexistência de investimento na área da educação é a origem desse grande mal, e de tantos outros males de que padecemos. A ganância dos empresários combinada com a baixo nível de escolaridade de significativa parte da população resultou em salários muito baixos. Fico imaginando como uma família, uma unidade familiar de 3 a 4 pessoas pode viver com ganhos de R$2.000,00. É verdade ! Isso acontece ! Crianças acima da classe média (se é que ainda existe classe média) podem fazer um curso técnico ? Podem aprender inglês ? Estamos testemunhando a dificuldade dos empresários de diversos ramos econômicos, diante da incapacidade de seus empregados de prestarem atendimento a turistas !Parece que se deram conta disso a um ano da Copa do Mundo !

    Em resumo, falta de investimento na educação pelo Estado gera cidadãos sem noções mínimas de educação e civilidade. Em decorrência, quando pessoas de extratos sociais baixos atingem a faixa da população economicamente ativa ainda sequer terminaram o segundo grau, o que gera oferta de salários muito aquém das necessidades para o alcance de uma qualidade de vida digna. Essas pessoas não têm outra opção, senão se conformarem com isso. Em contrapartida, nunca poderão estar satisfeitas, e, por consequência, de alguma forma, vão expressar essa insatisfação para o consumidor.

    Os empresários, por sua vez, se aproveitam disso, para pagarem o mínimo possível e auferirem mais lucros. E, colocando-nos no lugar os empresários, os encargos trabalhistas são muito altos.

    Como o carioca não é exigente mesmo, tampouco se preocupam em investir nos empregados, com treinamentos e financiamento de cursos específicos.Digo, genericamente, mas há exceções, mas são poucas.

    Desde o início torci para que o Brasil não fosse sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Senti-me um ET, porque ao meu redor só vi brasileiros vibrando com isso. Hoje vejo que as pessoas estão se dando conta do absurdo de um país ainda em desenvolvimento, que não tem educação e saúde pública minimamente dignas, sediar esses eventos.

    Especificamente, o problema da falta de educação e consequente deficiência dos serviços, ao menos, tornar-se-á bastante evidente !!! Algo bom, ao menos isso !

    Enfim...também ando muito desanimada com a precária qualidade de vida que temos, a alta tributação que arcamos e o elevado custo de vida. Também não me falta vontade de fazer minha bagagem e ir embora. Vamos torcer para que apareça "uma luz no final do túnel".

    Bjs,

    Malu

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Malu por seu comentário tao esclarecedor e do qual concordo. Eu tb me senti um ET.
      Bjs

      Excluir

Thank you for visiting - Gracias por su visita