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quarta-feira, 7 de março de 2012

SALA DE ESPERA

CENA 1
 
Cheguei como solicitado, uns trinta minutos antes da hora marcada do exame, para resolver  a parte burocrática com o convênio.
Marcado para 11:10h cheguei às 10:30h para evitar qualquer atraso.
E depois da apresentaçao na recepção etc..... pego uma revista para passar o tempo.
Assim que sentei ele chamou-me atenção. Magro, para ser mais específica magérrimo, um Sr. que talvez tenha  60 ou 70anos, não ouso rotula-lo.
Seu nome foi logo chamado na recepção para assinar os papeis pertinentes e continuar....esperando.
Até aí nada demais se não por causa de uns detalhes.
Este Sr. colocou seu óculos e assinou todos os documentos usando apenas.....seu toco de braço.
Sim, ele não possui uns dos braços (pelo menos até aonde pude ver) e o outro "dito braço" é um osso coberto com sua pele e que lhe falta a mãos. Aliás ele não possui nenhuma delas.
E eu fiquei observando-o, discretamente lógico, e pude perceber que no tal "toco" tinha uma pulseira de couro, fina, talvez de uma grossura de seu dedo mínimo e ali ele prendia a caneta para assinar a documentaçao.
Que coisa maravilhosa! Uma pessoa que apesar de sua limitaçao ousava ser independente. Com ele estava sua companheira, que permanecia sentada o tempo todo, só ajudando quando solicitado.
Como por exemplo para tirar os óculos do pescoço e dobra-lo numa caixinha já que deduzi, que para algum exame que faria não poderia entrar com os mesmos.
Tudo transcorrendo muito naturalmente, sem nenhum constrangimento (de nenhum dos lados lógico). Eis que chega uma amigo e começam um bate papo.
Passados uns minutos, foi chamado à sala de exames, e eu fiquei ainda um tempo na sala de espera pensando no quanto o ser humano tem o poder de superação.
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E estava eu lá com meus bons pensamentos quando ela apareceu - nem sei de onde - com um "bendito celular" colado a orelha e falando sem parar com outra vítima ou não, de sua falta de bom senso e educaçao.
Nos dez minutos seguintes, todos nós ficamos sabendo :
-"Que ela ou alguem da família (não lembro ao certo) estaria "cumpleanos" esta semana; que ela queria o jantar no restaurante Ícaro (Niterói) e não na casa da mãe pois a referida já estava velha demais e "enchia muito o saco"."
PS.: deve ser hereditáriorsrsr

-"Que uma conhecida da filha, havia cedido sua senha particular para a mesma  usar"  em algum lugar que mais uma vez, não fiz questão de saber....etc,,, e tal.

CENA 2
Sai do exame já na hora do almoço e lógico parti em busca de um lugar para alimentar-me.
Entrei, escolhi o buffet e na terceira garfada.....tchantchantchan

-" MAS E O ABONO? NÃO ERA PARA SAIR AGORA? CONTANDO OS DIAS COM O CARNAVAL...... e por aí vai (as letras em maiúsculas são propositais, já que esta outra senhora também berrava ao celular, a tal ponto de todos do restaurante se virarem para verem quem era "esta....f.igura" que ao mesmo tempo pedia um refrigerante.
Ufa! Haja fôlego para falar ao celular aos berros, e não  estou exagerando; e entre uma respiração e outra pedir/falar mais alguma coisa!

Depois disto tudo e já tendo acabado minha refeição, levantei e  parti, deixando a "tal Sra. entalada entre uma garfada e uma frase ao celular".